Barracão
Já se foi o tempo em que os morros do Rio de Janeiro, inspiravam os poetas e compositores, sempre falando dos barracões de zinco, onde a lua furava nosso zinco salpicando de estrelas nosso chão.
De zinco
Sem telhado
Sem pintura lá no morro
Barracão é bangalô
Lá não existe
Felicidade
De arranha-céu
Pois quem mora lá no morro
Já vive pertinho do céu
(Luiz Antônio/Oldemar Magalhães)
Já se foi o tempo em que os morros do Rio de Janeiro, inspiravam os poetas e compositores, sempre falando dos barracões de zinco, onde a lua furava nosso zinco salpicando de estrelas nosso chão.
Já se foi o tempo em que subir o morro, era uma aventura sem perigos.
Hoje em dia, a madeira e o zinco dos barracos foi trocada por tijolos e lages de concreto, telhados cheios de antenas parabólicas, predios de apartamentos, onde moram turistas e cujo preço sobe a cada dia.
Esta foto do morro do Pavão, mostra bem a realidade de agora.
Os tiros aos poucos vão desaparecendo com a chegada da polícia de ocupação, entretanto, o morro com seu amontoado de casas e vielas, ajuda aos traficantes se esconderem e praticarem seus crimes. No morro, nem tudo é mal. A grande maioria das familias, são gente boa e decente, de uma classe média baixa ou pobre.
Mas, esteticamente, o morro é lindo, exibindo nas encostas uma beleza plástica invejável.Na musica do Jobim, um lamento que passou:
O morro não tem vez
E o que ele fez já foi demais
Mas olhem bem vocês
Quando derem vez ao morro
Toda a cidade vai cantar
E a cidade não cantou, o progresso trouxe miséria, tristeza, e a voz do morro, limitou-se aos sambistas e ao carnaval.
Hoje, o morro, nada mais é que uma imagem contrastada e escura da nossa realidade...
texto e fotos mecenas salles